quarta-feira, 1 de setembro de 2010

paixão escrita

     Desde que se conhece por gente ela sabe o que é ter uma paixão. Sempre fora apaixonada: o cheiro de um novo fazia-a delirar, o barulho do virar das páginas era música para seus ouvidos, nada se comparava à sensação de liberdade que sentia quando adentrava esse mundo.
    Aos quatro anos já amava algo que a maioria em sua idade não conhecia. Aos dez conheceu a fundo seu paraíso, o maior do estado. Aos catorze, já viciada em sua paixão, começou a explorar outro ramo. Seu começo foi triste, literalmente. Os textos escritos eram sentimentalistas, parecia mais desabafos que não poderiam ser falados. Aos dezesseis conseguiu sua primeira história, sem nada pessoal sendo envolvido. Não conseguiu, porém, soltar os sentimentos; os textos continuam com uma gota de tristeza. Aos dezoito, como num passe de mágica da idade promissora, escreveu algo não-triste de que sentiu orgulho. Houveram outros pelo caminho, porém nenhum causou um sentimento de realização tão forte como esse. Passado os vinte e com a cabeça totalmente formada, seguiu carreira. Conseguiu o que mais queria: faria o que mais amava enquanto estivesse viva. Vontade não faltaria a ela.
    Atualmente ela ainda não chegou a esse ponto. Está ainda no meio do caminho. Tem toda uma vida pela frente e espera que seja como ela escreve em seu texto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário