sexta-feira, 1 de outubro de 2010

dez flores

   Eles já estavam juntos há um tempo. Quase um ano! E era muito tanto para um quanto para o outro; nenhum dos dois jamais houvera sentido algo como o que estavam sentindo nesse tempo que compartilharam.
   Haviam combinado de se encontrar nesse dia especial. Foram dez meses passando pela timidez, pela amizade e o dia em que assumiram a relação que fora escondida por um tempo.
   Ele chegou antes. Sempre dizia em seus discursos um tanto machistas que o homem tinha de ser o primeiro a chegar nos encontros. Esse ponto ela não contestava, o resto do machismo, porém, eles discutiram. Ela defendia seu sexo com unhas e dentes, era uma grande batalha entre os dois egos.
   E do mesmo jeito que esse pequeno problema foi superado, outros também foram. E isso a trazia até o Café da esquina da rua que se conheceram naquela hora da tarde.
   Ele estava na mesma mesa de sempre, com o mesmo chocolate quente a sua frente e o capuccino do lado esperando por ela. Sua mão estava para baixo e parecia esconder alguma coisa. Ela se aproximou da mesa e ele se levantou. Havia um buquê de rosas em sua mão. Ela abriu seu maior sorriso e recebeu as flores.
   - São dez rosas, uma representando cada mês que estou mais completo que nunca. - ele dizia isso da forma mais sincera possível, porém tinha um sorriso escondido no canto de seus lábios que com certeza queria dizer alguma coisa. E foi aí que ela percebeu que havia algo estranho. Das dez flores, nove eram naturais e uma de plástico. Ela olhou para ele intrigada. Ele olhou novamente para o buquê, ela baixou seus olhos para as flores em suas mãos. Antes que ela perguntasse, ele adiantou-se explicando.
    - Prometo que vou te amar até que a última delas morra.

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