quarta-feira, 20 de outubro de 2010

tenho pessoas na minha estante

    Cada livro em minha estante poderia ser uma pessoa. Cada pessoa em minha vida poderia se resumir a um livro. Páginas e mais páginas que mais me envolvem a cada minuto que gasto tentando decifrá-las. Um novo desafio a cada linha lida. Um novo desafio a cada dia de convivência.
    Meu vício por livros, então, pode me transformar em uma viciada em pessoas. No ser humano e em cada face que ele possui, em cada movimento e cada expressão, cada nova linha atiça meu ímpeto curioso. Decifrar é um verbo presente em minha vida, presente sempre em meu livro.
    Em momentos especiais como esse, quando faço o que me faz bem, o que liberta meus dedos para voarem livre pelo local ao qual pertencem, basta só olhar para frente e ver algumas capas. Algumas antigas, surradas pelo tempo; outras novas, brilhantes sob a luminosidade artificial. Simples pretas e brancas, demonstrando seriedade e tristeza, ou cores vibrantes simbolizando o tão esperado final feliz. Olho para frente e imagino cada personagem saindo daquelas páginas escritas por amantes como eu e levando a vida que levo. Sobreviveriam eles nesse mundo? Aposto que sim. Cada personagem traz consigo o espírito de batalha, já que até mesmo em um conto de fadas perfeito, há obstáculos a serem superados. Cada personagem traz consigo o espírito de batalha, já que até mesmo em uma vida perfeita, há obstáculos a serem superados. Por isso admiro-os tanto. Tanto os livros como os seres humanos, que ao final de tudo, no último capítulo, resumem-se ao mesmo ponto: alguns agradam seu gosto, outros não; são julgados por suas capas constantemente, e mesmo possuindo conteúdos dos mais variados, possuirão sempre o mesmo formato ideológico.

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