sábado, 4 de fevereiro de 2012

é, quem sabe

     Tão grande e tão pequeno. Tão certo e tão indeciso de tudo. A vontade de dar passos a frente sem pensar é tamanha que o faz sorrir e pensar que aquilo não tem como dar errado. Em questão de segundos, toda uma cortina cai e o medo incessante de abandonar o já vivido é revelado. O desafio de conciliar antiga e nova vida bate à porta. Ele quer crescer, tem certeza disso, e mesmo se sentindo sem chão, já deu o primeiro passo. Vacilante, de fato, mas com direção traçada.
     O segundo, porém, começa a parecer mais complicado. Que direção seguir afinal? Que lado escolher? Sua mão esquerda é puxada para trás – “Fique por aqui, é tão mais seguro, é tudo que você sempre conheceu.” – com força suficiente para fazê-lo tropeçar nos próprios pés. É o mesmo princípio do lar, toda aquela segurança de andar de olhos fechados sem bater em nada. Estática, imobilidade, quietude. Por outro lado, sem paz, vive em um conflito eterno. Entra então sua mão direita, num encaixe perfeito, sendo puxada para frente. Um lugar sempre tão aconchegante – “Ei, estou aqui, o que está acontecendo? Eu vou te ouvir, eu sempre vou te ouvir.” – e tão tentador que o faz cometer ato impensáveis. Cego e nunca antes tão confiante, ele quer ir. Ah, como quer!
     Devaneando duvidoso, o segundo passo ainda não é dado. Talvez seja dado hoje. Amanhã, quem sabe. É provável. Sim, será dado. Hoje, provavelmente. Talvez amanhã. Quem sabe?

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